sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Praça do Samba

No próximo domingo visitaremos a Praça do Samba, roda organizada pelo Kolombolo Diá Piratininga que conta com a apresentação de sambas paulistas já consagrados e também músicas da Ala dos Compositores. O evento é mensal e une sambistas e apaixonados pelo ritmo para exaltar o samba paulista.
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Além da música boa, as Tias Baianas Paulistas vendem uma feijoada caprichada para levantar fundos para a Associação, além de entoar diversas cancões. Neste domingo a roda contará também com a presença do Samba de Roda da Dona Aurora, também composto por várias mulheres. Na próxima semana publicaremos fotos e algumas entrevistas. A praça fica na rua Belmiro Braga, s/n, Pinheiros.
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Até lá!
* foto retirada do site do kolombolo.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Samba - Poder transformador

Basta se aprofundar um pouco nas leituras ou nas conversas sobre o samba para chegar à conclusão de que o samba não é apenas um ritmo musical brasileiro. Seu poder transformador é notório tanto no Brasil quanto em qualquer outro País e fica clara a alegria que o ritmo traz àqueles que participam diretamenta ou indiretamente do movimento, se é que podemos nomeá-lo dessa maneira. Por isso, hoje resolvemos postar uma matéria de Tonica Chagas para o Caderno 2, do jornal O Estado de S. Paulo.


Samba aprende-se no colégio. Do Harlem

Cativados pelo ritmo brasileiro, alunos de escola pública do bairro de NY, famoso pelo gospel, dão show com minibateria
Tonica Chagas

Batuque é um privilégio mas, contrariando o Feitio de Oração, de Noel Rosa, pode-se aprender samba no colégio, sim. E em colégio público americano, como mostraram, no começo da noite de quinta-feira passada nos jardins do Lincoln Center, em Nova York, alunos da Frederick Douglass Academy (FDA), escola secundária municipal no bairro do Harlem. Integrantes da Harlem Samba, uma minibateria formada lá há três anos, desfilaram pelos caminhos e pracinhas do centro cultural nova-iorquino célebre pelas óperas, concertos eruditos e espetáculos de balé, dando um show de 40 minutos no programa de música ao ar livre Lincoln Center Out of Doors. O batuque brasileiro - com mistura de reggae e hip hop - que animou o público americano é uma das matérias preferidas dos alunos da escola, que fica a poucas quadras do Yankee Stadium e no bairro onde um dos estilos prediletos de música é o gospel."Fazer parte da Harlem Samba é como fazer parte de uma banda de rock, a gente se diverte muito", diz Ariel Moyé, de 18 anos, caloura no curso de Artes do City College of Technology. Como muitos dos instrumentistas, mesmo já tendo saído da escola Ariel, ela continua tocando agogô na bateria que é dirigida pelo professor de música Dana Monteiro. Trompetista erudito por formação, com diploma da New York University e da Columbia University, Monteiro (o sobrenome luso vem de Cabo Verde, onde nasceram os pais dele) dá aulas na FDA desde 2001. Mas até ele mesmo aprender o que é samba, música era uma coisa que os alunos só aprendiam por pura obrigação."Sempre tentei ensiná-los a tocar instrumentos de sopro ou de cordas, mas eles só queriam saber de bateria e atabaques e era impossível tocar juntos", conta ele. A razão dessa preferência está no sangue, explica o diretor da FDA, Gregory Hodge, ao apontar os dados etnográficos da escola: 75% dos 1.600 alunos são afro-americanos e 24% são hispânicos.O estalo sobre como entrosar a molecada na mesma harmonia veio nas férias que Monteiro passou no Rio, em 2004, onde um amigo o levou a um ensaio da Unidos de Vila Isabel. "Quando ouvi cerca de 200 pessoas tocando tambores ao mesmo tempo, senti que aquela seria a forma de entrosar os alunos", diz o professor. De volta a Nova York, com discos de samba-enredo na mala, ele foi aprender a tocar todos os instrumentos da percussão brasileira com outro americano, o etnomusicólogo Philip Galinsky, criador e diretor da Samba New York, a "school of samba" mais famosa e atuante da cidade.A batucada foi entrando no currículo da FDA conforme Monteiro e Hodge convenciam amigos que viajavam para o Brasil a trazer-lhes bumbos, repeniques e tamborins. E todo aluno que não gostava ou não conseguia aprender o dó-ré-mi no piano, na flauta ou no violão foi cativado pelo baticumbum. "Uma das grandes vantagens do samba é que ele é democrático", diz Monteiro. "Temos 250 alunos que compartilham pouco mais de 50 instrumentos, todos podem participar, aprendem rápido e gostam disso. Como professor, é gratificante vê-los aprendendo algo novo, como se estivessem estudando uma língua estrangeira, abrindo a cabeça para o mundo."Em 2006, Monteiro formou a Harlem Samba com quatro garotos e quatro meninas escolhidos entre os melhores no novo idioma ensinado na FDA. O grupo agora tem 35 integrantes fixos. Muitos já estão na faculdade, estudando em outros Estados, mas voltam sempre que podem para participar nem que seja só de um ou outro ensaio. A maioria mora, como eles dizem, "cruzando a ponte", no Bronx, onde o quadro socioeconômico é mais duro que o do bairro onde fica a escola que frequentam. O grupo unido pelo samba tem um significado especial para muitos deles.A experiência que passou depois de aprender a tocar chocalho e ficar na linha de frente da bateria foi reveladora para Nikkita McPherson. "Antes, eu só conhecia o carnaval dos imigrantes de Trinidad que desfilam um dia por ano pelas ruas do Bronx, nunca tinha ouvido falar do carnaval brasileiro", lembra Nikkita que, por ter sempre boas notas, já viajou por um programa da FDA duas vezes para o Brasil e conheceu o Rio, São Paulo e Salvador. "Depois de cruzar uma distância de nove horas de voo, bem maior do que a da minha casa até a escola, descobri que aquelas pessoas não são diferentes de mim", diz ela. "São gente pobre que, no carnaval, são muito felizes. São como eu. O samba trouxe muita alegria para a minha vida." Em setembro, com bolsa de estudos integral, ela começa a cursar Ciências Políticas no Darthmouth College, em New Hampshire, uma das oito universidades americanas que integram a tradicional e conceituada Ivy League.Da viagem que fez ao Brasil, Maurice Julius Evans, de 18 anos, outro dos integrantes originais da Harlem Samba, voltou com lembranças iguais às de Nikkita e um repenique - ou "happy Nick", como soa a palavra na pronúncia dele. Evans acabou de ingressar no curso de Física no Hostos College que, por ficar no Bronx, não o deixa longe dos ensaios na FDA. Esta semana, ele divertia os colegas contando que sua mãe, que o faz praticar os solos com toalhas sobre o instrumento para não incomodar os vizinhos, o surpreendeu na missa do domingo passado ao lhe entregar o tamborim com que acompanhava o gospel e pedir que a ensinasse a tocar samba.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Dona Ivone Lara


Carioca, com 88 anos, Dona Ivone Lara não para de fazer história no samba, seja ele carioca, paulista, baiano etc. A sambista marca gerações e quebra o tabu de que samba é coisa de homem, como fez em 1965, ao ser a primeira mulher a assinar um samba enredo.
Com 62 anos de carreira, Dona Ivone Lara acaba de gravar o seu primeiro DVD, no Canecão, Rio de Janeiro. Com artistas consagrados como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Arlindo Cruz, Délcio Carvalho e a Velha Guarda do Império Serrano, a sambista relembrou algumas de suas 500 composições como ‘Sonho Meu’, ‘Tendência’ e ‘Acreditar’.
Para os paulistas, que nem sempre tem a oportunidade de ver essa “dama do samba”, nessa quarta-feira, dia 19 de agosto, às 21h, ela estará presente no Boteco Seu Zé, Pinheiros.


Agradecemos a participação e as dicas de José Antonio Valois.


Serviços: Boteco Seu Zé
Rua: Mourato Coelho, 1.114 – PinheirosValores: R$ 25 porta e R$ 20 antecipado.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Lendo Samba

Para gostar de samba, além de bons ouvidos, é preciso gostar de ler!

Por isso, o .:Samba em Sampa:. recomenda duas leituras interessantes sobre dois importantes personagens do Samba Brasileiro.

A primeira dica é "Adoniran - Uma biografia", do jornalista Celso de Campos Jr. No livro, o autor conta a história do rádio em São Paulo, além da trajetória de João Rubinato, ou Adoniran Barbosa, poeta, compositor, ator de rádio, de TV, de cinema, humorita, artesão entre tantas outras coisas.



Outra boa leitura, é sobre a carioca Dona Ivone Lara. Com a autoria da jornalista Milla Burns, "Nasci para Sonhar e Cantar", detalha a vida da cantora, suas influências e estudos musicais e a arte de ser mulher e fazer música em um meio tão masculino.




quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Carlinhos de Jesus estreia musical sobre evolução do samba em São Paulo

Para transportar para os palcos as características e particularidades do samba em períodos diversos (de 1920 a 1970), o espetáculo "Eu Sou o Samba" convocou 16 atores/cantores e 8 músicos, que utilizam 186 figurinos e interpretam 63 canções em meio a 24 diferentes cenários.
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Após temporada no Rio de Janeiro, que atraiu cerca de 14 mil pessoas às sessões, a montagem chega a São Paulo nesta sexta-feira (31), com temporada no teatro Santa Cruz (região oeste) até 27 de setembro (os ingressos custam de R$ 60 a R$ 80). A direção é de Fábio Pillar.
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Coreografados por Carlinhos de Jesus, os personagens que compõem o musical mostram, durante duas horas, o ritmo e os clássicos criados desde a origem africana do estilo até seu reconhecimento na cultura carioca --com figurinos produzidos pela carnavalesca Rosa Magalhães.
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Em meio a conhecidas canções, como "Se Acaso Você Chegasse", "Meu Mundo Caiu" e "As Rosas Não Falam", o público será transportado a uma viagem que transita entre a praça Onze, no início do século 20, e a avenida Rio Branco, local por onde as escolas desfilavam antes da construção do Sambódromo. Malandros, passistas e cafetões, que fazem parte do contexto histórico, são caracterizados durante o espetáculo, que também tem o objetivo de homenagear grandes intérpretes e compositores do samba, como Ary Barroso, Cartola, Elis Regina e Jamelão.
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Direção: Fábio PillarCom: Bernardo La Rocque, Marcelo Nogheira, Silvio Ferrari, Romeu Evaristo e outros
Duração: 120 minutos Classificação: 12 anos
Texto: Fátima Valença Coreografia: Carlinhos de Jesus
Local: Teatro do Colégio Santa Cruz - R. Orobó, 277 - Alto de Pinheiros - Oeste. Telefone: 3024-5191.Aceita os cartões Diners, MasterCard, Visa. Ingresso: R$ 60 a R$ 80.
Horários: sexta: 21h30/sábado: 21h/domingo: 19h.
(fonte: Folha Online)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Pau Brasil

Na última sexta-feira fomos ao Pau Brasil, um ótimo lugar para quem quer música boa a noite toda. A cerveja é de garrafa e o preço da casa é baixo - 5 reais. Segundo a proprietária - jornalista e sambista - Nilce Reis, " nós batalhamos pelo samba, não é à toa que custa 5 reais em plena Vila Madalena (...) é proposital, nós entendemos que se o samba é popular, o preço tem que ser, o encontro tem que ser, o universo, a energia tem que ser trocada desta maneira. Não pode ser caro, senão perde o sentido. Como é que o samba sendo o maior representante da cultura popular pode ser caro?”
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Decorada com diversas caricaturas de sambistas, o que chama atenção é a roda aberta - qualquer um pode sentar e se arriscar no pandeiro, por exemplo. A casa nasceu de um projeto que existia dentro da favela de Heliópolis. "Fomos pra lá com o objetivo de fazer trabalho social com música. Pensávamos em trabalhar com crianças e não conseguimos (...) então trouxemos o pessoal do projeto Raízes Brasileiras para o Pau Brasil, em São Caetano. Ele nasceu lá, através desse encontro. Começamos com uma roda na favela, que não deu certo (...) mas conhecendo esse pessoal fomos todos para São Caetano. Levamos as crianças que tinham aula no Raízes para ter aula no Pau Brasil. Era um samba de terreiro, uma roda gigante, todas as sextas-feiras (...) e há 3 anos viemos pra Vila Madalena”, conta Nilce.
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Para a dona da casa, que puxa a roda todos os sábados, o espaço é aberto para os jovens, com o intuito de propagar a cultura do samba: “Vocês que vão dar continuidade (...) pro samba não morrer, a gente tem que passar pro jovem, queremos que eles estejam aqui quantas vezes quiserem. Por mais efêmero que pareça algumas pessoas que não conheçam samba freqüentarem a casa, o nosso objetivo é mostrar o que é a música, esse samba tradicional, que conta história, fala de sentimento, de uma maneira que qualquer brasileiro é capaz de entender e sentir”.
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Presença feminina: além do sábado, a roda de hoje também fica por conta de uma mulher: Anita Galvão Bueno. A casa abre às 21h, e fica na rua Inácio Pereira da Rocha, 170, Vila Madalena. Conversaremos com a Anita e, em breve, publicaremos por aqui.