quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Pau Brasil

Na última sexta-feira fomos ao Pau Brasil, um ótimo lugar para quem quer música boa a noite toda. A cerveja é de garrafa e o preço da casa é baixo - 5 reais. Segundo a proprietária - jornalista e sambista - Nilce Reis, " nós batalhamos pelo samba, não é à toa que custa 5 reais em plena Vila Madalena (...) é proposital, nós entendemos que se o samba é popular, o preço tem que ser, o encontro tem que ser, o universo, a energia tem que ser trocada desta maneira. Não pode ser caro, senão perde o sentido. Como é que o samba sendo o maior representante da cultura popular pode ser caro?”
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Decorada com diversas caricaturas de sambistas, o que chama atenção é a roda aberta - qualquer um pode sentar e se arriscar no pandeiro, por exemplo. A casa nasceu de um projeto que existia dentro da favela de Heliópolis. "Fomos pra lá com o objetivo de fazer trabalho social com música. Pensávamos em trabalhar com crianças e não conseguimos (...) então trouxemos o pessoal do projeto Raízes Brasileiras para o Pau Brasil, em São Caetano. Ele nasceu lá, através desse encontro. Começamos com uma roda na favela, que não deu certo (...) mas conhecendo esse pessoal fomos todos para São Caetano. Levamos as crianças que tinham aula no Raízes para ter aula no Pau Brasil. Era um samba de terreiro, uma roda gigante, todas as sextas-feiras (...) e há 3 anos viemos pra Vila Madalena”, conta Nilce.
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Para a dona da casa, que puxa a roda todos os sábados, o espaço é aberto para os jovens, com o intuito de propagar a cultura do samba: “Vocês que vão dar continuidade (...) pro samba não morrer, a gente tem que passar pro jovem, queremos que eles estejam aqui quantas vezes quiserem. Por mais efêmero que pareça algumas pessoas que não conheçam samba freqüentarem a casa, o nosso objetivo é mostrar o que é a música, esse samba tradicional, que conta história, fala de sentimento, de uma maneira que qualquer brasileiro é capaz de entender e sentir”.
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Presença feminina: além do sábado, a roda de hoje também fica por conta de uma mulher: Anita Galvão Bueno. A casa abre às 21h, e fica na rua Inácio Pereira da Rocha, 170, Vila Madalena. Conversaremos com a Anita e, em breve, publicaremos por aqui.

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