Essa semana, no dia 2 de setembro, o jornal O Estado de S.P. publicou uma matéria sobre o novo Cd de Alcione. Entre as novidades do novo projeto, o que nos chamou a atenção foi a fala da cantora sobre o samba: "O universo do samba é muito machista, eles acham que são os únicos que podem dizer o que querem." Essa mesma opinião tem sido por nós ouvida em diversas entrevistas, por vezes como crítica, mas também como observação e até mesmo aceitação dessa realidade. Esse será um dos tópicos que o nosso livro abordará: Cultura machista ou não?
Confiram a matéria de Roberta Pennafort:
Acesa, a Alcione dos sambas e do amor carnal
Ela fala com a desenvoltura e a graça de sempre, mesmo quando o assunto é a ligação com José Sarney
"Eu sou mesmo acessa, não sou mulher que se ache em qualquer fila do Bradesco!" Quem diz é Alcione, a mulher da voz potente, aplique ruico nos cabelos e unhas longas e decoradas. A brincadeira é com o nome do novo CD, Acesa (SonyBMG), título da faixa assinada por Telma Tavares e Roque Ferreira, que segue a linha mulher-madura-que-sabe-o-que-quer de canções como A Loba.
"Quem me tem assim acessa/ Fica sem defesa para o meu amor / Só come gostoso se for no meu prato/ Só sonha bonito no meu cobertor." Dama da Paixão (Jefferson Junior/Umberto Tavares) também é ousada: "Eu me preparei inteira para você/ Clima à luz de vela só pra te acendar." "O universo do samba é muito machista, eles acham que são os únicos que podem dizer o que querem. Mas que homem não gostaria de ouvir isso?", indaga a cantora maranhense.
Com show de lançamento previsto para outubro, em São Paulo (a escolha é de Alcione, que sente saudade do público da cidade), o CD tem 14 faixas, divididas entre sambas românticos (Eternas Madrugadas, de Fred Camacho e Cassiano Andrade, Não me Peça Pra Ficar, de Valtinho Jota e Andrea Amadeus, Quem dera, de Reinaldo Arias e Paulo Sergio Vallem, e Sinuca de Bico, de Claudemir, Elcio do Pagode e Serginho Meriti) e mais agitados (O Samba me Chamou, de Marquinho PQD e Sombrinha, com participação do grupo Revelação, Nair Grande, de Telma Tavares e Paulo Cesar Freital, Chutando o Balde, de Nei Lopes, com Wilson Simoninha).
O CD também tem outros ritmos - em Eu Não Domino Essa Paixão, que abre o disco, ouve-se até tango. Foi sugestão da cantora. "Adoro! Um dia ainda gravo um disco de tangos e boleros...", diz a Marrom, que também pensa num de blues e jazz, tendo como inspiração suas cantoras favoritas, Ella Fitzgerald, Aretha Franklin e Sarah Vaughn.
A divertida Casa da Mãe da Gente (Junior Rodrigues/Gilson Nogueira) foi trazida de um pagode de Manaus pelo produtor do disco, Jorge Cardoso. A toada Imperador Tocantis é do compositor maranhense Carlinhos Veloz. Encomendada pela novelista Glória Perez, Eu Vou Pra Lapa (Serginho Meriti/ Claudinho Guimaraes) foi lançada na novela Caminhos da Índia, na qual fez participação recente. O Sono dos Justus (Marcus Lima/Marcio Proença/Rodrigo Sestrem) tem letra delicada. Para cantar com ela no novo álbum, Alcione chamou o grupo simples assim. Usando da mesma lógica, fala do amigo e conterrâneo José Sarney. Conta que jamais cogitaria negar ao senador seu apoio, mesmo quando praticamente todo o País está contra ele.
"O Maranhão não tem culpa se o Senado virou um antro de fuxico. Eu tenho muita amizade com o senador. Quando a gente é amigo, é nas alegrias e nos infortúnios. Quem quiser que julgue José Sarney; eu não vou julgar. Ele nunca me deu um emprego, disso todo mundo sabe!"
De trabalho a cantora, de 61 anos, não foge mesmo. Em setembro, canta em Nova York e em Moçambique. Depois de São Paulo, estreia no Canecão. A entrevista acaba e alguém chama Alcione em seu aparelho de rádio, de cor vermelha. O toque é o tema da novela A Escrava Isaura: "Ierê Ierê..."
Olá,
ResponderExcluirBem bacana a postagem!
A Alcione é demais.
Abraços,
Grupo Puro Acaso
www.grupopuroacaso.com