quinta-feira, 18 de junho de 2009

Tia Ciata

Hilária Batista de Almeida, Tia Ciata, a baiana mais conhecida do samba. Era em sua casa que aconteciam as festas que acolheram os compositores pioneiros desse estilo musical no Rio. Foi lá que nasceu o famoso "Pelo Telefone". Suas festas duravam dias, com direito a choro, samba de partido-alto e batucada no terreiro.

Nascida em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, ela foi uma das principais lideranças dos negros do Rio de Janeiro, onde, à época, era um espaço de indentidade da cultura afrodescendente. Apesar dessa relação com os mais pobres, ela era muito respeitada pela elite carioca, pois comandava baianas que vendiam roupas para clubes carnavalescos oficiais, sem falar nos deliciosos doces.

Curiosidade

O escritor, folclorista e musicólogo do modernismo brasileiro, Mário de Andrade, mencionou Tia Ciata em seu principal romance: Macunaíma, o herói sem caráter. No livro, o escritor descreve uma cerimônia de macumba na casa de Ciata.

"Era junho e o tempo estava inteiramente frio. A macumba se rezava lá no Mangue no zungu da Tia Ciata, feiticeira como não havia outra, mãe-de-santo famanada e cantadeira ao violão. Às vinte horas Macunaíma chegou na biboca levando debaixo do braço o garrafão de pinga obrigatório. Já tinha gente lá, gente direita, gente pobre, advogados garçons pedreiros meias-colheres deputados gatunos, toda essa gente e a função ia principiando..."

Dizia-se que a baiana tinha habilidade com orixás que curou a perna do presidente Venceslau Brás.

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