terça-feira, 16 de junho de 2009

Samba da Vela


“Um verdadeiro culto ao samba”. Confesso que quando li essa frase no site da Comunidade do Samba da Vela, achei ela um tanto quanto exagerada. Mas, ontem após ir ao Samba da Vela, percebi que a frase não é nada exagerada. Segundo o dicionário Houaiss, culto significa: “cultivar, habitar, cultuar, cuidar, tratar bem, prosperar algo...”. Esses são os valores que ficam claros logo que se chega à comunidade. Uma grande roda é feita com cadeiras e no centro estão os fundadores, compositores convidados, cavaquinho, pandeiro e tamborim, letras incríveis sobre o cotidiano, as palmas do público que acompanham o ritmo e, lógico, a vela bem ao centro. Dessa vez, foi a branca. Acessa por volta das 20h30, a vela só foi acabar às 23h30, enquanto isso o samba rolava solto e algumas manifestações, como mãos para o alto, puderam ser notadas durante as músicas, quase que como um culto religioso.
Durante uma canção e outra, discussões sobre música, política, economia reúnem as diversas opiniões e dão vazão a novas composições. Como definem seus fundadores: “O samba é uma das verdades culturais mais autênticas do nosso país, porque sai do povo e volta para ele, sem que este tenha que pagar por isso. É manifesto popular, portanto, é de graça!”

O Samba da Vela foi fundado em 2000, por Magnu Sousá, Paquera, Chapinha e Maurílio de Oliveira. O encontro acontece todas às segundas-feiras, às 20h30, na Casa de Cultura de Santo Amaro. No dia 29 desse mês, haverá a festa junina e o samba será celebrado na rua, uma ótima opção para quem ainda não conhece.

4 comentários:

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  2. acrescento mais o lead..o samba é apenas um pretexto...um pano de fundo para que discussão, propagação e geração de cultura.
    Luiza

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  3. Olá minha gente, espero que esteja bem. Estou escrevendo para deixar aqui o meu desconforto em relação a declaração da compositora Ana Elisa a respeito de sua declaração a qual a direção NÃO considerou maldosa, e sim um tanto infeliz, afinal de contas, amamos a Ana.

    “Ana Elisa. Simpática e cheia de boa vontade em conversar conosco, a compositora contou que infelizmente a participação do público feminino é pequena e que poucas mulheres são reconhecidas na roda ou convidadas para apresentações e que isso é notório apenas com a observação da roda. “Muitas mulheres tocam, mas no centro da roda só tem homens, elas não são convidadas para tocar e por isso acabando se sentindo intimidadas e não freqüentam”.

    http://sambaemsampa.blogspot.com


    No novo Caderno da Vela – 1º Caderno de 2009, tão esperado pela comunidade, há um samba da Ana Elisa e um da Vó Suzana

    Além da Ana Elisa e Vó Suzana, temos Anabel, Graça Braga, Soraia, Tia Dita, Sonia Pereira, as poetisas Pillar e sua filha, entre outras que já passaram pela Vela, tanto em relação a música como, em outros setores artísticos, universitário, nacionais, internacionais, semana da mulher, os samba procuram não diminuir as mulheres, enfim...
    Ana Elisa, tornou uma compositora do Samba da Vela, participou do CD da Graça Braga e Osvaldinho da Cuíca convidada por nós, inclusive. Qual a comunidade no Brasil que dá tantas oportunidade as mulheres? Por isso que me estranha o fato dela ter proferido tais palavras. Mas isso tudo parece não valer de nada.

    Acho que seria de importante valia que vocês dessem uma olha neste link
    http://vodpod.com/watch/889629-hoje-aniversrio-do-samba-da-vela

    É importante olhar o passado da nossa comunidade, antes de fazer determinadas publicações, pois uma das coisas que nós privamos em nosso movimento é a valorização das mulheres e não podemos admitir essas afirmações.

    Atenciosamente,

    Magnu Sousá
    Samba da Vela.

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  4. Sinto-me na obrigação de esclarecer algumas deturpações feitas com relação ao Samba da Vela,desde a entrevista que dei ha 15 dias atras para as organizadoras desse trabalho.Sou frequentadora do Samba da Vela ha 4 anos e salvo 3 dias de falta, não me deixo ausentar de uma comunidade onde , a minha evolução musical se faz presente desde então.Uma comunidade, que foi a unica, que me abriu as portas e que me oportunou mostrar meu trabalho, equanto mulher, amante do samba, mãe, mulher negra,trabalhadora.
    Ouso ainda a dizer que pra mim, Ana Elisa e tenho certeza que pra outras mulheres compositoras da comunidade, como vó Suzana, Tia Dita, Aparecida e tantas outras que frequentam o local,o samba da vela é um local, de troca, de conforto, de aprendizado, de alento, de acalento... Os fundadores da Vela, são homens sim, mas jamais se negaram a abrir as portas pras mulheres que quiseram apresentar seus trabalhos. quero deixar isso bem claro, pois se fosse o contrario eu não largaria, casa e filhos pra frequentar um local onde houvesse esse tipo de repulsa.Comentei também que no mundo do samba (em geral) as mulheres são discriminadas e ainda sofrem muito preconceito e que faço parte de uma comunidade de samba onde as mulheres são fundadoras , comunidade essa que pretende resgatar a participação efetiva das mulheres não somente como pastoras ou dançarinas, mas sim como atuantes nas composições, nas batucadas, nas rodas de samba e apresentações.Volto a dizer que foi através do Samba da Vela que ja evolui muito e que continuo aprendendo; digo também que a comunidade de mulheres que participo, nasceu a partir de uma apresentação no Samba da Vela , onde mulheres que fizeram parte dessa comunidade anos atras, se juntaram a nós frequentadoras ativas pra montar uma nova comunidade, abrindo assim, mais espaço para que as mulheres tomem consciencia de sua força e de sua competência, seja onde for.Agradeço aos fundadores do Samba da Vela e não me furto a assumir ou a esclarecer quaisquer indagações Amo demais o Samba e com certeza, AMO DEMAIS O SAMBA DA VELA, AGRADECENDO SEMPRE O CARINHO E A IRMANDADE COM A QUAL SOU TRATADA NESSA COMUNIDADE!!! Obrigada, bjus a todos.

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