quarta-feira, 3 de junho de 2009

Madrinha Eunice

A semana passada estive com o Gustavo Mello, produtor do documentário Samba A Paulista – Fragmentos de uma história esquecida. Conversando sobre as mulheres que participaram da história e do desenvolvimento do samba na capital, Gustavo citou a Madrina Eunice e me contou um pouco sobre sua história. Pesquisando, depois, sobre ela me surpreendi. Madrina Eunice, pouquíssimo lembrada, é uma figura determinante no carnaval paulista. Por isso, esse post é dedicado a ela.

Deolinda Madre, nascida no interior de piracicaba, foi a fundadora da primeira escola de samba de São Paulo. Madrinha Eunice como ficou conhecida, fundou a Lava Pés, na capital paulistana, depois de ir ao Rio de Janeiro e vislumbrar as escolas de samba carioca. O fato foi muito ousado para a sociedade da época, sendo ela mulher, negra e pobre. Em 1937 se inspirando no córrego da antiga rua dos Lavapés, onde negros e viajantes tinham de limpar seus pés para pisar na "parte nobre" da cidade, fundou-se a mais antiga escola de samba em atividade na cidade de São Paulo. Talvez intuída, Madrinha Eunice, a partir deste momento, dentro do cenário em que vivia, juntou sobre a proteção do estandarte de sua escola de samba todos os instrumentos e elementos para que este grupo de pessoas conseguisse ganhar a cidade. Cantando músicas de Carmem Miranda e outras populares de seu tempo, a escola foi conseguindo popularidade; se transformando na matriarca de várias escolas do carnaval paulistano, como Vila Mariana e Peruche, vencendo na década de 40 e 50 dezenove carnavais e rompendo muitos paradigmas. Hoje, porém a mesma vive uma realidade diferente. Com o surgimento do que muitos chamam de "evolução" carnavalesca, a escola perdeu sua notoriedade. Eunice, apostando no tradicionalismo, fez com que a escola perdesse a "competitividade" dentro da evolução de nosso atual carnaval moderno. Em 1995 com 87 anos, Madrinha Eunice morreu, passando o estandarte para Rosimeire Marcondes de Moraes sua neta, a qual sabe de cor a história da escola de coração de sua avó. Hoje esquecida na baixada do Glicério, sem sede própria e sem quadra para ensaio, Rosemeire luta para manter viva a chama da Lava Pés, ícone do samba e da cultura paulista, conquistada e fundada por uma mulher.

Um comentário:

  1. OLÁ, A INICIATIVA DE VCS EM FAZER UM BLOG SOBRE O SAMBA PAULISTA É DE CERTA FORMA BACANA, MAS INFELIZMENTE VCS PECAM DEMAIS. POR EXEMPLO: A ESCOLA DE SAMBA LAVAPÉS NÃO FOI A PRIMEIRA ESCOLA DE SÃO PAULO, OUTRA COISA NÃO EXISTE CAPITAL PAULISTA E SIM CAPITAL PAULISTA, POIS QUEM NA NASCE FORA DA CIDADE DE SÃO PAULO É PAULISTA E NA CAPITAL PAULISTA É PAULISTANO. OUTRA COISA A CIDADE DE PIRACICABA NÃO POSSUI " INTERIOR" POIS ELA PERTENCE AO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO. PARA TERMINAR NÃO SEI QUEM É O SENHOR GUSTAVO MELLO, MAS ASSISTI AO DOCUMENTARIO, UMA PENA POIS AS IMAGENS DA TV CULTURA PODERIAM TER SIDO BEM MAIS APROVEITADAS, POIS O TEXTO DO DOCUMENTARIO FOI PESSIMO E CHEIO DE ERROS, TERRIVEL..MAS ENFIM !!! AHHH!! SÓ MAIS UMA COISA ESTA HISTORIA DE QUE DONA EUNICE FOI AO RIO DE JANEIRO E DE LA TROUXE A IDEIA DE FAZER UMA ESCOLA AQUI É TOTALMENTE CONTRADITORIA... O BLOG TEM UMA BOA IDEIA MAS PRECISAM SE APROFUNDAR MAIS E VIVER MAIS O SAMBA. ABRAÇOS E BOA SORTE.

    ResponderExcluir